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Hospital Maternidade de Campinas chega aos 110 anos enfrentando o maior desafio de sua história

  • Foto do escritor: Brasil Cotidiano
    Brasil Cotidiano
  • 9 de out. de 2023
  • 5 min de leitura

Primeira instituição filantrópica do setor da saúde, do estado de São Paulo, a ingressar com pedido de recuperação judicial devido aos graves problemas financeiros provocados pelo alto custo hospitalar e remuneração não compatível pela prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital tem buscado, junto à sociedade, formas de manter a assistência para a população de Campinas e região. O show musical "Elton John por Rafael Dentini", no dia 10 de outubro, próxima terça-feira, às 20h, no Teatro Oficina do Estudante Iguatemi Campinas, é uma das ações para captação de recursos para fazer frente às despesas. Ingressos custam R$ 50,00 (meia-entrada) e R$ 100,00 (inteira) e podem ser adquiridos na bilheteria e no site www.ingressodigital.com.br


Crédito da foto: Assessoria de imprensa

Ao completar 110 anos de portas abertas, 24 horas ininterruptas por dia, atendendo a gestantes, mães e bebês de Campinas e da região, a maior maternidade do interior do Brasil – o Hospital Maternidade de Campinas – precisa do poder público e da ajuda de empresas e da comunidade para não fechar as portas. A instituição filantrópica, fundada com a missão de atender às mães carentes muito antes da existência do Sistema Único de Saúde (SUS), vem carregando, ao longo de muitos anos, um déficit mensal de R$ 1 milhão, apenas em relação à assistência pública, que representa 60% do seu atendimento total.


O acúmulo levou o Hospital Maternidade de Campinas ao pedido de Recuperação Judicial em 2022, o primeiro feito por uma instituição filantrópica do setor da saúde, do estado de São Paulo. Nos mais de 100 anos de história, a Maternidade de Campinas foi responsável por trazer ao mundo mais de meio milhão de bebês. Para fazer frente às suas despesas, a Maternidade de Campinas vem realizando uma série de ações e campanhas de arrecadação financeira, como por meio das Notas Fiscais Paulistas, doações e eventos envolvendo a sociedade.


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Na comemoração de seus 110 anos, a serem completados no dia 12 de outubro (coincidentemente, Dia de Nossa Senhora Aparecida – para os cristãos, a mãe de Jesus – e, também, o Dia das Crianças), será realizado mais um evento para estimular a população a contribuir com a instituição: o show musical “Elton John por Rafael Dentini”, um tributo ao cantor Elton John, no próximo dia 10, terça-feira, às 20h, no Teatro Oficina do Estudante Iguatemi Campinas. Os ingressos custam R$ 50,00 (meia-entrada) e R$ 100,00 (inteira) e podem ser adquiridos na bilheteria e no site www.ingressodigital.com.br. A renda será 100% revertida para a Maternidade.


Complexidade do hospital


O presidente do Hospital Maternidade de Campinas, Marcos Miele, explica que a estrutura hospitalar é complexa e cara por envolver vários setores e classes de profissionais para propiciar atendimento ao paciente com toda segurança (serviços de lavanderia especializada; de rouparia; de higiene qualificada; de serviço de nutrição e dietética etc.) e equipe multiprofissional, além de médicos de diversas especialidades. É preciso dispor, ainda, de serviços de manutenção, engenharia predial e clínica, tanto para consertos emergenciais quanto para questões preventivas.


“Acrescente a esses custos as necessidades de modernização do parque tecnológico e as necessidades de adequações às legislações que foram aprovadas posterior à construção do prédio, que ocorreu na década de 1970. A maioria das tecnologias em saúde é norteada por moedas estrangeiras, o que encarece ainda mais a operação hospitalar e as manutenções e substituições necessárias. O hospital precisa se adequar às novas legislações com reformas, mas sem deixar de prestar atendimento. É um grande desafio, maior ainda para as instituições, como a Maternidade, que atendem o SUS e convivem com o subfinanciamento do sistema, ou seja, o montante financeiro repassado é inferior às despesas necessárias”, diz.


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Os médicos que atuam na diretoria do hospital são voluntários, ou seja, não recebem complementação salarial para tamanha responsabilidade. Mais de 200 médicos são associados e contribuem mensalmente com a instituição. Os convênios e os atendimentos particulares compõem as receitas, assim como a transformação da Maternidade em Hospital permitiu a inclusão de outras cirurgias. Mas tudo isso ainda é insuficiente para cobrir os custos.


Defasagem


Ao longo de muitos anos, a receita da Maternidade de Campinas foi complementada pela gestão da antiga Estação Rodoviária, que ficava na esquina das avenidas Andrade Neves e Barão de Itapura. Após o encerramento do contrato, o Hospital vem acumulando déficits anuais. A instituição possui contrato com o município de Campinas para atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que o município faz uma complementação em cima do valor da tabela federal. Mesmo assim, há uma importante defasagem no repasse dos custos.


Para se ter uma ideia, o custo de um parto está em torno de R$ 2.500,00. O Governo Federal remunera o valor de R$ 443,40. A Prefeitura de Campinas repassa o valor do Governo Federal e o complementa, remunerando a Maternidade com cerca de R$ 1.388,00 (duas diárias de enfermaria). Mesmo assim, o custo não é coberto, gerando um déficit de R$ 1.112,00 por procedimento. Em média, são realizados 450 partos por mês pelo SUS.


Na UTI – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal -, o déficit mensal é de cerca de R$ 600 mil. O custo da diária é de, aproximadamente, R$ 3 mil, mas a Maternidade recebe somente o valor de R$ 1.600,00. Atualmente, a Maternidade dispõe de 30 leitos de UTI, dos quais 18 para atendimento de pacientes oriundos do SUS. Há que mencionar que o Governo Federal tem um valor de repasse ainda menor em relação aos leitos de UTI Neonatal, que chega a apenas R$ 600,00. Em razão do subfinanciamento, a dívida da Maternidade atinge, hoje, cerca de R$ 100 milhões.


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Crédito da foto: Assessoria de imprensa


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Crédito da foto: Assessoria de imprensa

História


A Maternidade de Campinas nasceu em 12 de outubro de 1913 pela necessidade de se ter um hospital que atendesse às mães carentes. Foi o primeiro hospital de Campinas com condições de oferecer às mulheres o apoio e o cuidado necessários no momento do parto. Quando da sua criação, era definida como “instituição inteiramente de beneficência, destinada a prestar gratuitamente socorro, tratamento e assistência a gestantes e parturientes reconhecidamente pobres”. Era composta por um número ilimitado de sócios.


Os primeiros prédios, que funcionam desde 1916 e 1965, respectivamente, foram construídos com a ajuda da população, motivada pela vontade de ter uma maternidade de referência na cidade. São 110 anos de portas abertas, 24 horas ininterruptas por dia.


O primeiro prédio funcionou na Avenida Andrade Neves. A decisão de construir uma nova edificação aconteceu em 1950, mas a nova Maternidade, na Avenida Orosimbo Maia, somente foi inaugurada 15 anos depois (em 19 de dezembro de 1965). Desde então, já sofreu várias reformas e ampliações.



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Crédito da foto: Assessoria de imprensa


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Crédito da foto: Assessoria de imprensa


Sobre o Hospital Maternidade de Campinas


  • É a maior Maternidade do interior do Brasil em número de partos: 9 mil por ano (750 por mês, cerca de 25 por dia) e, aproximadamente, 1.900 internações por mês (22.800 por ano), dos quais 60% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A quantidade de partos representa, praticamente, a metade de todos os nascimentos ocorridos na RMC – Região Metropolitana de Campinas.

  • São 30 leitos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal, dos quais 18 são oferecidos para a rede pública. O hospital registra, em média, 930 atendimentos em UTI Neonatal por ano. É o hospital com o maior número de leitos de UTIs e de UCIs de Campinas para o atendimento público.

  • Há alguns anos, a Maternidade transformou-se em Hospital para diversificar e ampliar o seu atendimento para realizar outras cirurgias (plásticas, bariátricas, oncológicas, urológicas e de otorrino, entre outras), medida necessária para manter a filantropia em ginecologia e obstetrícia, a fim de compor suas receitas.

  • A instituição consagra-se por apresentar as menores taxas de infecção hospitalar.





Por assessoria de imprensa

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